Entrevista com Lima Trindade | Mariposa Cartonera
Mariposa Cartonera é um selo editorial que trabalha de forma sustentável com livros artesanais feitos com capas de papelão coletado nas ruas. As capas são pintadas e costuradas manualmente pelos integrantes do coletivo ou em oficinas realizadas em comunidades da periferia do Recife.
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Entrevista com Lima Trindade

Lima Trindade

Entrevista com Lima Trindade

Dando sequência à nossa série de entrevistas, conversamos com Lima Trindade, que lança Aceitaria tudo em Salvador no próximo mês, juntamente com Gustavo Rios, Astier Basílio e Bruno Liberal.

Mariposa Cartonera – Fala um pouco sobre essa seleção de contos do Aceitaria tudo.

Lima Trindade – São quatro histórias curtas, sendo que três delas foram publicadas originalmente em antologias. Tentei dar uma pequena amostra da minha produção contística. Não sou um autor naturalista. Não busco reproduzir o mundo fidedignamente. Penso que o natural no ser humano é ser artificial. Por isso, brinco com as possibilidades formais consciente das limitações da representação, as limitações do meu olhar. Ainda que imbuído de um engajamento ético e político, um projeto existencial em que arte e vida estejam intimamente associadas. Todos os contos foram reescritos. Um deles teve o título modificado. Fora isso, tive o privilégio de contar com a leitura e interlocução do Sidney Rocha, amigo querido e, na minha modesta opinião, um dos melhores escritores em atividade no Brasil.

Aceitaria tudo

Capa de Aceitaria tudo feita pela Maracajá Cartonera

MC – Há um fio condutor das temáticas abordadas nos contos?

LT – Os temas do amor, morte, medo, sexualidade, preconceito, solidão, egoísmo e reconciliação se entrecruzam e se superpõem. Dentro de uma história há muitas outras, narradas ou não. O fio condutor é a recusa implícita no título do livro. A negação de determinadas realidades que aviltam. Seja pelo ação, seja pelo riso de ironia.

MC – Como é teu processo de criação? Há uma rotina, ritual ou coisa do tipo?

LT –  Sim. Escrevo a qualquer hora do dia ou da noite, em casa ou na rua, parado ou em movimento, em papel ou no micro… Mas gosto mais de escrever em meu escritório de casa, após tomar uma caneca grande de café e tendo como companhia meus dicionários, meu acervo de livros e discos de música, os retratos de Capote, Cecília, Hemingway, Patti Smith, Caio F & companhia na parede atrás do monitor de tela. Também gosto de ler em voz alta os textos depois de escritos. Às vezes leio para mim mesmo ou ligo para minha amiga Anna Amélia, que aprecia acompanhar minhas criações por telefone (risos)…

MC – É o primeiro livro que você publica por uma editora cartonera. O que achou do processo?

LT –  Acho estimulante tanto para os autores quanto para os leitores. Tudo o que envolve o projeto me interessa, desde a captação dos recursos, o time de escritores convidados para a coleção, o artesanato dos coletivos de catadores de papelão, a troca de experiências e conhecimentos possibilitada pelas oficinas até o conceito de livro como um objeto singular para uma fruição estética que se alinha com a literatura. Ao ver os exemplares dos meus livros na noite do primeiro lançamento, achei-os tão belos que tive o impulso de ficar com todos para mim. Eu me senti orgulhoso pacas.

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